sábado, 5 de março de 2016

PESQUISADOR DA FAEPA FOI MORTO PELO PRÓPRIO PRIMO

Cláudio Rodrigues Carmona, 43, foi à Delegacia de Polícia Civil do centro da cidade de Castanhal, nordeste do Estado, para confessar que matou o próprio primo e compadre de batismo João Guimarães Pinheiro, também de 43 anos. O crime aconteceu no dia 22 do mês passado. João era pesquisador da Federação da Agricultura e Pecuária do Pará (Faepa).

Preso
Poucas horas antes de ser morto, o pesquisador saiu da casa dele, em Belém, dizendo aos familiares que estava com R$ 8 mil para comprar um carro, em Castanhal. As investigações policiais apontam que João Guimarães alugou um Voyage, cor vermelha, e seguiu viagem na companhia do primo e também compadre Cláudio Rodrigues. Já em Castanhal, o carro que seria comprado pela vítima estava com a documentação irregular. “Ainda no dia 22, os primos foram ao prédio do Detran, para tentar regularizar a documentação do carro, mas não conseguiram revolver o problema. Então João passou a suspeitar que estava sendo enganado pelo próprio primo. O clima ficou tenso e os dois discutiram dentro do carro locado. Cláudio confessou que matou João a golpes de canivete no pescoço. Ele disse estar arrependido”, disse o delegado Rayrton Carneiro. O crime foi praticado na presença de uma criança de 10 anos, filho do acusado e afilhado da vítima.

O assassino afirmou ainda que, depois da execução, passou a dirigir o carro e seguiu para o campus da UFPA, no bairro do Guamá, em Belém, onde pretendia jogar o corpo no rio Guamá, mas desistiu da ideia. O acusado disse ainda que depois conduziu o carro até um motel de Belém, onde se hospedou, tomou banho e limpou o carro com o corpo da vítima dentro do veículo. Ainda em depoimento, o acusado informou que pernoitou no motel e, na manhã seguinte, carregou o corpo até o porta-malas do Voyage. Cláudio contou que, em seguida saiu dirigindo o carro em direção a Castanhal, pois sabia que os familiares iriam procurar a vítima nessa cidade. “Ele afirma que na quarta-feira (24), abandonou o carro perto da Delegacia de Polícia Civil de Castanhal sabendo que ali o corpo não iria demorar a ser encontrado”, detalhou o delegado Rayrton Carneiro.

Ainda de acordo com o policial civil, após pegar o telefone celular, objetos pessoais da vítima e o canivete usado no crime, Cláudio retornou para Belém de ônibus. Já na capital paraense, ele afirma que se desfez dos objetos pessoais da vítima jogando-os em um canal, no bairro da Marambaia. No último dia 25 (quinta-feira), o acusado seguiu para o distrito de Mosqueiro, em Belém, onde pretendia permanecer escondido na casa de conhecidos. Após ter a prisão decretada pela Justiça, a Polícia Civil passou a investigar o paradeiro do acusado. Familiares foram informados de que ele estava sendo procurado. Até que, na tarde de ontem, por intermédio de um advogado, Cláudio se apresentou por livre e espontânea vontade, na delegacia do centro de Castanhal.

O delegado Rayrton Carneiro informou que ainda não tem a qualificação penal definitiva do acusado. Em princípio, o acusado foi enquadrado nos crimes de homicídio qualificado e ocultação de cadáver, mas as investigações prosseguem, até porque o dinheiro da vítima não foi encontrado, e o crime também pode ser caracterizado como um latrocínio (roubo seguido de morte).

Reportagem: Tiago Silva

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