Cláudio Rodrigues Carmona, 43, foi à Delegacia de Polícia Civil do
centro da cidade de Castanhal, nordeste do Estado, para confessar que matou o
próprio primo e compadre de batismo João Guimarães Pinheiro, também de 43 anos.
O crime aconteceu no dia 22 do mês passado. João era pesquisador da Federação
da Agricultura e Pecuária do Pará (Faepa).
Preso |
Poucas horas antes de ser morto, o
pesquisador saiu da casa dele, em Belém, dizendo aos familiares que estava com
R$ 8 mil para comprar um carro, em Castanhal. As investigações policiais
apontam que João Guimarães alugou um Voyage, cor vermelha, e seguiu viagem na
companhia do primo e também compadre Cláudio Rodrigues. Já em Castanhal, o
carro que seria comprado pela vítima estava com a documentação irregular. “Ainda
no dia 22, os primos foram ao prédio do Detran, para tentar regularizar a
documentação do carro, mas não conseguiram revolver o problema. Então João
passou a suspeitar que estava sendo enganado pelo próprio primo. O clima ficou
tenso e os dois discutiram dentro do carro locado. Cláudio confessou que matou João
a golpes de canivete no pescoço. Ele disse estar arrependido”, disse o delegado
Rayrton Carneiro. O crime foi praticado na presença de uma criança de 10 anos,
filho do acusado e afilhado da vítima.
O assassino afirmou ainda que, depois da
execução, passou a dirigir o carro e seguiu para o campus da UFPA, no bairro do
Guamá, em Belém, onde pretendia jogar o corpo no rio Guamá, mas desistiu da
ideia. O acusado disse ainda que depois conduziu o carro até um motel de Belém,
onde se hospedou, tomou banho e limpou o carro com o corpo da vítima dentro do
veículo. Ainda em depoimento, o acusado informou que pernoitou no motel e, na
manhã seguinte, carregou o corpo até o porta-malas do Voyage. Cláudio contou que,
em seguida saiu dirigindo o carro em direção a Castanhal, pois sabia que os
familiares iriam procurar a vítima nessa cidade. “Ele afirma que na quarta-feira
(24), abandonou o carro perto da Delegacia de Polícia Civil de Castanhal
sabendo que ali o corpo não iria demorar a ser encontrado”, detalhou o delegado
Rayrton Carneiro.
Ainda de acordo com o policial civil, após
pegar o telefone celular, objetos pessoais da vítima e o canivete usado no
crime, Cláudio retornou para Belém de ônibus. Já na capital paraense, ele
afirma que se desfez dos objetos pessoais da vítima jogando-os em um canal, no
bairro da Marambaia. No último dia 25 (quinta-feira), o acusado seguiu para o
distrito de Mosqueiro, em Belém, onde pretendia permanecer escondido na casa de
conhecidos. Após ter a prisão decretada pela Justiça, a Polícia Civil passou a
investigar o paradeiro do acusado. Familiares foram informados de que ele estava
sendo procurado. Até que, na tarde de ontem, por intermédio de um advogado, Cláudio
se apresentou por livre e espontânea vontade, na delegacia do centro de
Castanhal.
O delegado Rayrton Carneiro informou que ainda não tem a
qualificação penal definitiva do acusado. Em princípio, o acusado foi
enquadrado nos crimes de homicídio qualificado e ocultação de cadáver, mas as
investigações prosseguem, até porque o dinheiro da vítima não foi encontrado, e
o crime também pode ser caracterizado como um latrocínio (roubo seguido de
morte).
Reportagem: Tiago Silva
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