Um
trabalhador caiu do 14º andar de um prédio em construção. O acidente aconteceu
na manhã de hoje em Castanhal, nordeste do Estado. A obra foi interditada pelo
Sindicato dos trabalhadores da Construção Civil.
O
acidente de trabalho que matou Raimundo Ferreira Pereira, 42 anos, aconteceu na
Rua Floriano Peixoto no Centro da cidade. Era por volta das 09:20h quando três trabalhadores
pegaram o elevador e foram ao 14º andar, último piso do prédio em construção.
Em seguida, eles começaram a fazer um serviço de limpeza e remoção de peças de
madeiras. Mesmo estando com todos os equipamentos de segurança, mas sem se
prender no cabo de proteção, Raimundo Ferreira foi jogado do prédio depois que
uma peça de perna-manca foi removida do local. Segundo um dos trabalhadores que
não quis se identificar, a enorme peça de madeira foi movida pelos funcionários
com ajuda da vítima que se desequilibrou e caiu. No momento do acidente ventava
muito e teria contribuído para a tragédia
Ao
ser jogador do prédio em construção, Raimundo Ferreira ainda saiu batendo nos
cabos de aço que seguram a estrutura do elevador, bateu numa bandeja gigante,
usada para proteger os demais trabalhadores de materiais que caem do alto e por
último caiu num telhado de zinco até chegar ao chão. Um trabalhador que passava
no momento do acidente foi atingindo pelo corpo da vítima que caiu em alta
velocidade e pesando praticamente o dobro, Tiago Barbosa Oliveira de 28 anos
desmaiou na hora e foi socorrido pelo corpo de bombeiros. Ele foi encaminhado
ao hospital municipal com suspeita de fraturas, mas foi descartada depois de
exames médicos.
O
corpo de Raimundo Ferreira ficou intacto no local a espera da remoção. Enquanto
isso, familiares e amigos se desesperavam com a tragédia. “Meu Deus! Eu quero
meu pai de volta. Isso não pode está acontecendo”, gritava desesperadamente uma
dos três filhos da vítima.
De
acordo com peritos do IML que fizeram a remoção da vítima. Ela possivelmente
sofreu poli-traumatismo, já que foram encontradas fraturas na cabeça, braços,
pernas e costelas. Raimundo Ferreira Pereira trabalhava há um ano e seis meses
na construção civil e desempenhava o papel de carpinteiro na construção do
prédio. A empresa responsável pela obra, Ckom Engenharia não quis se pronunciar
sobre o acidente que vitimou um de seus trabalhadores.
O
Sindicato dos Trabalhadores da Construção Civil de Castanhal esteve no local e
tentou interditar a obra. De acordo com o presidente Edgar Gomes, a obra
apresentava várias irregularidades. “Infelizmente o sindicato não tem poder de
Estado. Mas nós acionamos o Ministério do Trabalho sobre as condições dos trabalhadores
dessa construção. É uma calamidade o MT não ter fiscalização, não ter auditor
fiscal e principalmente falta de vontade em fiscalizar”, denunciou.
A
tragédia na construção civil de Castanhal será investigada pela delegacia de
homicídios de Castanhal. Segundo o delegado Temmer Khayat as características do
acidente indicam para uma tragédia, mas vai esperar o laudo da pericia que deve
sair em 10 dias para concluir as investigações. “Tudo leva a crer para um
acidente de trabalho, mesmo todos estando com os equipamentos de segurança, a
vítima não quis se prender no cabo de proteção ou não deu tempo. Foi uma
fatalidade”, concluiu o delegado.
Texto e fotos: Paulo Allan Queiroz
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