Cerca de cento e cinquenta manifestantes invadiram na manhã de ontem em Castanhal, nordeste do estado, um terreno pertencente à prefeitura. A Guarda municipal e Polícia Militar foram acionadas para o local, mas os manifestantes resistiram e permaneceram na área.
O terreno tem aproximadamente mil metros de fundo por duzentos e cinquenta de frente. O local pertence à secretária de agricultura do município e servia como cultivo de mudas de plantas. Mas de acordo com os manifestantes, há um ano a área está abandonada, o mato toma conta do local e serve para que bandidos cometam seus crimes. “Isso só está servindo para os ladrões, nós que somos pais de famílias temos que ficar a mercê da violência porque o poder público não toma nenhuma providência. Vamos ficar nessa área e construir casas”, disse Raimundo Nonato.
Segundo ainda os manifestantes, o atual prefeito Paulo Titan, teria prometido construir casas populares na área e entregar as famílias. “Estamos invadindo a área porque o prefeito prometeu pra gente. Como ninguém veio aqui depois das eleições invadimos para construir nossas casas”, contou Paulo Custódio.
Como a área é pública, a Guarda Municipal e Polícia Militar foram acionadas para o local com o objetivo de convencer os invasores a saírem do local. Mas depois de várias tentativas os manifestantes permaneceram na área, prometendo resistir à força policial. “Nós não acordamos nada com guarda e PM, para entrar num acordo queremos a presença do prefeito aqui. É com o legislador da cidade que temos que resolver a nossa permanência”, disse um dos líderes da invasão Girgelan Gomes.
O secretário de Agricultura, Junior Nobre informou à imprensa que na área existe um projeto do atual prefeito para a construção da sede da secretária. “Esse local realmente estava abandonado pelo ex-prefeito. Nós assumimos há oito dias e temos projetos para o horto municipal, como o nosso novo prédio, já que o antigo no bairro do Florestal será feito um parque ambiental”, disse. Sobre a construção de casas populares o secretário informou que várias famílias já foram cadastradas. “O prefeito está cumprindo com seu acordo e as famílias serão beneficiadas com o programa de habitação do governo, mas as pessoas têm que ter paciência”, finalizou.
Enquanto os funcionários da secretária de agricultura recolhiam suas ferramentas de trabalho, os manifestantes faziam uma espécie de cadastramento e divisão da área. “São cerca de 250 famílias que necessitam desse terreno. Se sairmos do local não temos para onde ir. Muitas pessoas moram de aluguel ou de favor. Queremos um entendimento por parte do poder público”, concluiu Girgelan Gomes.
Texto e fotos: Paulo Allan Queiroz
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