quinta-feira, 10 de janeiro de 2013

Manifestantes interditam a BR-316 e entram em confronto com a PM


Cerca de duzentas pessoas interditaram na tarde de ontem, quarta-feira, 09, em Castanhal, nordeste do Estado, um trecho da BR-316. A manifestação foi em protesto contra a ação da Polícia Militar que retirou as famílias que invadiram um terreno.

Ainda no início da tarde a Polícia Militar foi à área invadida, conhecida como caveirão, onde funcionava um canteiro de mudas de plantas da prefeitura. Os policiais foram com o proprietário do terreno, que não foi identificado, ordenar que as pessoas se retirassem do local. Houve resistência e as famílias permaneceram na área. As negociações não tiveram sucesso e houve confronto. O Grupamento Tático da PM usou bombas de efeito moral e balas de borracha para conter os manifestantes que jogavam pedras e paus nos policiais. Algumas pessoas ficaram feridas e quatro jovens foram presos. “Nós tentamos negociar pacificamente com os invasores, mas eles afirmaram que não se retirariam da área. Alguns manifestantes passaram a jogar pedras nos nossos policiais por isso houve confronto”, explicou o comandante do Grupamento Tático, Capitão Heyder Nascimento.
 
Revoltados com a ação policial, os manifestantes passaram a ter outro alvo, desta vez a BR-316. O grupo seguiu em caminhada até o quilômetro sessenta e nove e ateou fogo no trecho com pneus. Os manifestantes pareciam não querer acordo com a polícia, mas o clima foi ficando cada vez mais tenso e eles resolveram mudar o discurso afirmando que só liberaria a rodovia se os amigos presos no confronto com a polícia fossem soltos. “Isso é covardia o que eles fizeram! Teve criança que foi atingida com balas de borracha. Jovens foram espancados e humilhados pela polícia. Queremos que nossos colegas sejam liberados”, gritavam os manifestantes.

A Polícia Militar informou que durante o confronto nenhuma criança foi alvejada com as munições não letais. Durante a manifestação na BR – 316, o congestionamento chegou a mais de quarenta quilômetros, atingindo o município de Santa Maria do Pará. A Polícia Rodoviária Federal também foi para o local negociar com os manifestantes. Mas o clima ficava cada vez mais tenso. Depois de cinco horas de protesto os inspetores da PRF conseguiram convencer o delegado a soltar os quatro manifestantes presos. Mas eles só iriam ao encontro do grupo, depois que fosse feito um Termo Circunstanciado de Ocorrência (TCO), o que duraria em média uma hora. Apesar desse empecilho, apenas um lado da rodovia foi liberado.

Durante a espera, os manifestantes gritavam contra os policiais, aumentando ainda mais a tensão. Com o trânsito completamente parado, os bandidos entraram em cena. A fila de caminhões atingiu também os bairros da cidade. No Santa Catarina, um policial da reserva reagiu uma tentativa de assalto. Houve troca de tiros e a vítima foi atingida por um tiro no ombro. Ao saber que a vítima era um policial militar, os homens do Grupamento Tático ficaram mais nervosos e se aproximavam cada vez mais dos manifestantes. Mas a PM foi contida pelos policiais rodoviários federais que ficaram no meio dos policiais e manifestantes.
Com a chegada dos jovens que estavam presos, o grupo liberou toda rodovia. Foram mais de cinco horas de espera, congestionamento e tensão entre polícia e manifestantes.

Texto: Paulo Allan Queiroz

Nenhum comentário:

Postar um comentário