quinta-feira, 27 de dezembro de 2012

Laboratório do CPC "Renato Chaves" constata nova forma de cocaína


Responsável por periciar todas as drogas apreendidas pelas Polícias Civil e Militar do Pará, o Laboratório do Centro de Perícias Científicas (CPC) Renato Chaves têm recebido com frequência amostras de cocaína (substância Benzoilmetilecgonina) sob nova forma: com diversas colorações. Chamada de cocaína colorida, a nova mistura química é feita por meio de uma combinação de corantes que alteram sua cor original, o branco, transformando-a nas cores vermelho barrento, preto, roxo, marrom e cinza.

Nova forma da cocaína
A perita criminal Izameire Correa, gerente do Laboratório de Toxicologia Forense, explica que a intenção dos traficantes, ao utilizar os corantes, é tentar dificultar a identificação dos entorpecentes, já que as drogas ficam parecidas com produtos comuns, como rapadura e colorau. “Hoje a cocaína está sendo comercializada em outras cores para dificultar a sua identificação, tentar burlar os agentes policiais nas suas operações e para aumentar sua quantidade. Entretanto, polícia e perícia já estão preparadas para combater o que podemos chamar de nova modalidade de tráfico. A perícia é parte fundamental desse combate, pois somente por meio de nossas análises é possível afirmar se o que foi apreendido é ou não entorpecente”, enfatiza a gerente.

De acordo com Izameire, são realizados vários testes para identificar se o material é cocaína ou não. “A olho nu não é possível identificar se a substancia colorida é ou não cocaína. Somente após os testes é que confirmamos. É realizado, primeiramente, um teste de reação colorimétrica com reagentes apropriados, para saber qual substancia está presente no entorpecente. Após esse teste, fazemos o exame chamado cromatografia, que nos ajuda na identificação de uma cor e que comparamos com a cor padrão de cada substância. Isso nos dá a confirmação final”, relata.

TOXICOLOGIA

O setor responsável por realizar as perícias é o Laboratório de Toxicologia Forense, do Instituto de Criminalística (IC), que realiza o procedimento para fins de flagrantes, com a emissão de laudos definitivos. Os peritos têm um prazo legal de dez dias para emitir o laudo, Mas as drogas são periciadas em menos de 24h e devolvidas às autoridade responsáveis. De janeiro a outubro de 2012, a Coordenação de Laboratório (CLAB) do CPC Renato Chaves realizou 5.055 perícias de constatação e definitivo em cocaína e totalizou 31.983 perícias realizadas no mesmo período, abrangendo todas as áreas de análise, em Belém e no interior do Pará.

O parque laboratorial do CPC Renato Chaves possui uma equipe multidisciplinar de 15 peritos criminais, com formação em biologia, farmácia e química, alguns deles com mestrado e doutorado e funciona todos os dias, incluindo escalas de plantão de 24 horas. Ele é composto pelas gerências de Exames Físicos, Químicos e Biológicos (EFQB), de Toxicologia e de Instrumental, onde são realizadas as perícias de drogas, pesquisas de fluídos biológicos, toxicologias e exames de DNA. Recentemente, o setor passou por uma reforma total e já pode ser considerado o melhor da região Norte e um dos cinco melhores do país, pois conta com tecnologia e equipamentos de última geração, conferindo mais agilidade, segurança e confiança aos laudos produzidos pela instituição. 

Texto: Nil Muniz, da Assessoria de Comunicação do CPC "Renato Chaves"

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