A cidade de Castanhal, no
nordeste do Estado, ficou consternada com mais um crime violento. Na noite da
última quarta-feira (26), por volta das 20h30, no bairro Santa Lídia, uma
criança de apenas quatro anos de idade morreu, após ser baleada por dois homens.
Os pais da menina também foram atingidos, mas não correm risco de morte. A
morte provocou muita comoção e revolta.
O
caso foi registrado na delegacia do centro de Castanhal, onde se encontrava de
plantão o delegado Rodrigo Venoso Zambardino, da Polícia Civil. Consta no
Boletim de Ocorrência (BO) que, antes da tragédia, dois homens passaram em uma
motocicleta pela rua 13 de Maio e atiraram contra um rapaz, identificado por
Bruno Felipe Portela, que não foi atingido. Ele forneceu as informações para o
B.O. Em seguida, de acordo com o que está registrado no B.O., Bruno foi à rua
Antônio Horácio e passou a conversar com um casal, próximo a um posto médico,
quando novamente surgiu a dupla na motocicleta. Mais tiros foram disparados e
Bruno, mais uma vez, não foi atingido.
Contudo,
os tiros acertaram os braços de Wellington Branco Galeno, 24, e de Jéssica da
Silva e Silva, 20. Ela carregava no colo sua filha, Bruna Natacha da Silva, de
4 anos. A criança acabou levando três tiros, um deles na cabeça. Mãe e filha
foram socorridas pela guarnição do sargento Cesar, composta pelo cabo Célio e
pelo soldado Tadson. Elas foram levadas dentro da viatura da Polícia Militar
até a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) 24 horas, onde a criança não resistiu
aos ferimentos e morreu. Jéssica precisou ser transferida com seu esposo,
Wellington, para o Hospital Metropolitano de Urgência e Emergência, de
Ananindeua.
Bruno
Felipe Portela, que seria o alvo dos assassinos, foi convidado a comparecer na
delegacia para prestar esclarecimentos e informou os nomes dos atiradores. Ele
relatou que estava sendo ameaçado de morte, mas não deu mais detalhes sobre as
ameaças.
O
corpo de Bruna Natacha da Silva foi removido pra o Instituto Médico Legal
(IML), onde passou por exame de necropsia e depois foi entregue aos familiares.
Na manhã de ontem, foi velado na casa dos avós maternos, situada na primeira
rua do bairro Jaderlândia, e sepultado às 9h de hoje no cemitério
daquele bairro. Consternados com o ocorrido, familiares preferiram não gravar
entrevista.
"Dessa
vez uma linda criança foi vítima fatal de um ato covarde. É claro que muita
coisa precisa melhorar, mas tenham certeza de que nossos policiais estão se
esforçando ao máximo para atender a população", informou o coronel França,
comandante do 5° Batalhão de Polícia Militar (BPM). O oficial PM acrescentou
que a Polícia Civil já iniciou as investigações e já tem informações sobre os
acusados que, entretanto, até o fechamento dessa edição, ainda não haviam sido
presos.
CRIANÇA MEIGA
A
escola Rita de Cássia, onde Bruna Natacha estudou por seis meses, amanheceu com
um pano escuro colado no
portão, simbolizando o luto. "Ela era uma menina
meiga e bastante inteligente. Infelizmente mais uma vida inocente foi ceifada
de forma trágica", lamentou a professora Lilian Cavalcante.
"Ela
gostava muito de estudar e já até tinha aprendido a escrever o próprio
nome", acrescentou Lucicleide Maria, diretora da escola. Outros
funcionários da unidade escolar lagrimaram quando visualizaram algumas fotos da
aluna praticando atividades em sala de aula.
Reportagem: Tiago Silva
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