quarta-feira, 19 de setembro de 2012

Círio deverá movimentar até R$844 milhões


Um evento que a cada edição fica maior e mais caro. Assim é o Círio de Nazaré, em Belém. Ontem a diretoria da Festa e o Departamento de Estatística e Estudos Socioeconômicos (DIEESE) no Pará divulgaram os números que marcarão a quinzena mariana, que começa nos primeiros dias de outubro. Para este ano, o orçamento é de R$2.646.500,00, valor 6% superior ao de 2011. “Pelo segundo ano consecutivo, o Círio de Nazaré será realizado dentro de um cenário econômico nacional de baixo crescimento, com inflação alta. Por isso foi necessário lutar muito para encontrar um preço que não fosse exorbitante, mas conseguisse manter toda a estrutura do evento”, disse Roberto Sena, supervisor técnico do Departamento de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) no Pará.
Este é a 25º ano que o Dieese levanta os principais aspectos econômicos que envolvem a maior festa religiosa do país. Os maiores gastos serão com donativos e com despesas de evangelização. Durante a coletiva, Kléber Vieira, diretor-coordenador da Festa, afirmou que o Círio de Nazaré está ganhando visibilidade e atraindo fiéis de outras regiões como do sul e sudeste do país. “É impressionante como as pessoas têm fé e acompanham a festa mesmo de longe. Muitas até dizem que virão a Belém”, frisou.
Este ano estima-se que 76 mil turistas venham a Belém e movimentem aproximadamente 28 milhões de dólares. Em 2011 foram mais de 25 mil pessoas trabalhando na organização e segurança da festa nazarena. “O Círio tomou proporções de fé que ninguém imaginava. Com o aumento expressivo das romarias, ele mexe com tudo na cidade, a economia ganha outra dinâmica, principalmente nos setores de serviço, comércio, indústria e agropecuária. No Caso do emprego, cerca de 95% do trabalho no Círio é informal e a estimativa é de um crescimento deste Mercado de Trabalho em cerca de 25,00% na quadra nazarena”, complementou Sena.
Segundo análise do Dieese, o “efeito círio” deve chegar a R$844 milhões. Além de apresentar os números, a organização ratificou a campanha contra o corte da corda. “É uma atitude de respeito com os devotos, logística da procissão e ainda de segurança”, afirmou Kleber.
Para o Padre José Ramos, a expansão do Círio demonstra sua importância para a sociedade paraense. “É um patrimônio nosso, que precisamos cuidar e preservar. Muitas vezes o Pará é mostrado de forma negativa ao resto do país, mas durante o Círio é diferente. Todos vêm algo bonito e emocionante”, afirmou. (Diário do Pará)

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