Dez balas de chumbo deram um basta na fama de brigão de um homem que em vida se chamou José Mozar Queiroz Carvalho, 39 anos, morto por homens desconhecidos que o encontraram ao lado de sua residência e abriram fogo. A vítima carregava aterro para um vizinho quando foi surpreendida pelos assassinos. O crime aconteceu no início da manhã de ontem, em Castanhal, uma das cidades mais jovem do interior do Estado e já considerada uma das mais violentas em relação a homicídios.
Mal amanheceu o dia de quarta-feira (23) e os moradores do Bairro Imperador já se despertaram com barulho de tiros sendo disparados por armas de fogo. Os disparos avisavam mais um assassinato que acontecia na cidade "Modelo". A recente vítima foi um homem de 39 anos que se chamava José Mozar Queiroz Carvalho, conhecido pela vizinhança e por alguns parentes como sendo uma pessoa que caçava confusão. "Mozar", assim chamado pelos amigos e também por inimigos, tinha a fama de brigão, que encerrou por volta das 7hs30 de ontem.
De acordo com informações colhidas com testemunhas no local do crime, José Mozar trabalhava carregando aterro para um vizinho na Rua Dos Cabanos quando foi alvejado por vários tiros disparados por dois homens que usavam coletes a prova de balas. "Mozar" recebeu os primeiros tiros nas pernas e no peito. A força do homem alto e feroz não foi páreo para as balas de chumbo. Percebendo que não teria chance de resistir, a vítima tentou escapar da morte correndo em direção a sua residência, onde morava com a mãe, mas tombou ao lado do imóvel e foi alvejado por mais tiros. Segundo a polícia, pelo menos dez balas atingiram o corpo do homem. Os assassinos fugiram do local num carro preto em alta velocidade.
Vítima |
A guarnição comandada pelo subtenente Dutra se dirigiu ao local. A primeiro momento, o suboficial se preocupou em localizar os criminosos, mas nenhum suspeito foi encontrado. Em seguida, a guarnição policial retornou para isolar a área impedindo que curiosos invadissem a cena do crime. "Tudo leva a crer que este assassinato foi mais um acerto de contas. Obtivemos a informação de que a vítima tinha passagens pela polícia por ter praticado homicídios", afirmou Dutra.
Um morador da Rua Dos Cabanos fez questão de informar ao Diário que "Mozar" gostava de se envolver em confusões. "Ele tinha a fama de brigão. Uma vez ele chegou no bar da esquina e deu vários tiros com um revólver para o alto depois de se envolver em uma briga. Ele também tinha a fama de ser pistoleiro e assaltava carga, mas pelo amor de Deus não fala que eu te contei isso, por favor!", contou e pediu o morador. A irmã da vítima confirmou parte da versão do morador ao dizer que seu irmão era "danado". "De ter sido preso por esses crimes absurdos isso eu não sei, mas eu confesso que ele era danado; brigava muito, mas brigava mesmo. Ele foi preso, mas por motivo de brigas", afirmou a irmã.
José Mozar Queiroz Carvalho era solteiro, deixou duas filhas jovens. Uma delas se desesperou ao ver o corpo do pai crivado de balas e jogado ao chão coberto de sangue. Familiares precisaram abraçar a jovem para acalmá-la. Duas horas depois a equipe do Instituto Médico Legal (IML) compareceu para a remoção do cadáver. A Polícia Civil tem suspeitos na lista, mas prefere não adiantar nomes à imprensa para não atrapalhar o serviço de investigação.
Segundo informações do delegado Temmer Khayat, titular da Divisão de Homicídios, "Mozar" foi a 9ª pessoa assassinada neste mês de abril e a 39ª vítima de homicídio no ano de 2014. No ano passado, 97 pessoas foram assassinadas de forma violenta. Mesmo com prisões de alguns matadores, o crime de homicídio ainda cresce em Castanhal.
Texto e fotos: Tiago Silva
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