quarta-feira, 23 de abril de 2014

Castanhal: homossexual é assassinado pelo próprio companheiro

Um homossexual foi brutalmente assassinado a pauladas e a facadas pelo próprio companheiro dentro de uma casa localizada em um bairro periférico da cidade de Castanhal, no nordeste Paraense. O assassino ainda tentou apagar as evidências do crime lavando a casa com água e sabão, mas as pancadas foram tão violentas que gotas de sangue mancharam as paredes. Após tentar esconder o cadáver dentro do banheiro, o assassino fugiu e está sendo procurado pela polícia.
        
O corpo de Valdemir Marques de Sousa, 38 anos, foi encontrado em estado de decomposição dentro de sua casa, situada na Rua Z, nº 12, no conjunto Bibiana II, área do bairro Jaderlândia. Na manhã de ontem, ao sentir a falta do amigo, outros homossexuais foram até a residência de Valdemir e não o encontraram com vida. "Foi horrível, foi um horror! Ele ia sempre lá em casa para ficarmos conversando, mas desde sexta-feira ele não aparecia por lá. Eu decidi reunir outros amigos para vim à casa dele. Batemos na porta, chamamos pelo nome dele, mas ninguém respondia. Percebemos que fedia muito dentro da casa e então resolvemos olhar pelo balancim do banheiro e encontramos o corpo. Ai meu Deus, foi horrível!", lamentava um amigo da vítima que preferiu não se identificar.
        
Um vizinho de Valdemir contou ao Diário que durante o dia de sexta-feira santa (18) presenciou uma discussão entre o suspeito e a vítima. "Olha, eles brigaram muito na sexta-feira. Eles gritavam, xingavam um ao outro e depois ouvi um deles dizer assim -'Não me ameaça, não me ameaça não viu? Se não você vai ver do que sou capaz'- depois escutei barulhos de móveis arrastando e como se alguém estivesse sendo agredido. Depois não ouvi mais nada, foi silencio total", contou o vizinho, que também preferiu o anonimato.
        
Acusado de chapéu e a vítima de camisa preta 
Outros moradores da rua Z contaram à polícia que após a briga presenciaram o suspeito lavando a casa com água e sabão e ao mesmo tempo ingeria bebida alcoólica ouvindo musica em alto volume. "Aquele barulho já estava me incomodando. Eu ia até pedir para ele baixar mais o volume, mas ele era muito agressivo e mal educado; fiquei com medo dele tentar uma confusão comigo também", informou uma vizinha. Ainda de acordo com a vizinhança, depois de lavar a casa, o acusado trancou a porta e foi embora.
        
Após a descoberta do cadáver, as policias civil e militar foram acionadas para impedir a entrada de curiosos no imóvel. Uma tia da vítima contou ao cabo PM Pina que o autor do bárbaro crime teria sido um homem identificado apenas pelo prenome de Mateus, que seria ex-presidiário. "Esse Mateus era companheiro da vítima. A tia do morto nos contou que o Mateus é perigosíssimo, inclusive já havia cumprido pena no presídio pelo crime de assassinato. A vítima foi morta dentro do quarto e arrastada para o banheiro", repassou o militar.
        
Familiares informaram no local que Valdemir residia em Belém e que há pouco tempo havia se mudado para a cidade de Castanhal, onde conheceu seu parceiro assassino. "Coitado, ele trabalhou tanto para comprar essa casa. O Valdemir juntou todas as economias dele para comprar essa casa. Ele morava nela a menos de dois meses. Eu lembro que ele dizia - 'Agora eu tenho minha casa, essa é minha casinha e posso ficar a vontade nela'- foram essas as palavras que ouvi dele quando em vida", disse a tia com lágrimas nos olhos.
        
Profissionais da imprensa foram impedidos de entrarem na residência pela família e pelos amigos da vítima e não foi possível registrar imagens do corpo jogado no piso do banheiro. Aproveitando a janela aberta, pelo lado de fora, a equipe do Diário fotografou as paredes do quarto manchadas de sangue. 
        
O Instituto Médico Legal (IML) também foi acionado para o local. O odor estava tão forte que foi preciso peritos do IML usar mascaras apropriadas para adentrarem no imóvel e realizarem a remoção do cadáver em decomposição. Segundo um dos peritos, a vítima teria sofrido agressões provocadas por faca e pedaços de madeira. "O corpo está em decomposição e a priori não dá para verificar se a vítima foi agredida por facadas ou pauladas", disse com muita pressa um dos peritos.
        
O acusado do assassinato de prenome Mateus seria natural do Distrito de Outeiro, local para onde teria fugido após a prática do crime. Investigadores da Divisão de Homicídios já têm em mãos a foto e o nome do principal suspeito e, segundo o delegado Temmer Khayat, é questão de tempo para que o assassino seja localizado e preso.

Texto e fotos: Tiago Silva

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