Três homens e uma mulher foram presos
suspeitos de envolvimento no assassinato da líder comunitária Kátia de Souza
Martins, de 43 anos, ocorrido no dia 4 deste mês, dentro da casa da vítima,
situada no Assentamento 1º de Janeiro, zona rural da cidade de Castanhal,
região do nordeste paraense. Contra os acusados existiam, em aberto, mandados
de prisões temporários decretados pela justiça que foram cumpridos na manhã de
ontem.
Kátia de Souza Martins foi assassinada com
3 tiros de arma caseira, efetuados por uma dupla que chegou e fugiu do local em
uma motocicleta, segundo testemunhas. Os criminosos estavam encapuzados e
praticaram o crime na frente do neto da vítima, de 6 anos. Antes de ser morta,
Kátia sentou num sofá e pediu para que os bandidos não fizessem nada de mal contra
seu neto. O assassinato da líder comunitária repercutiu negativamente em todo o
Estado, inclusive com a notícia publicada em programas de TV de grande
audiência no país. O corpo dela foi velado e sepultado no interior da cidade de
Capanema, ainda na região do nordeste paraense.
Policiais civis da Divisão de Homicídios
(DH) de Castanhal investigaram o crime e chegaram aos nomes de quatro
suspeitos, identificados como Pedro Pereira Barroso Filho, 45, Adriana Cristina
Ferreira Coelho, 43, Willian Coelho dos Santos, 25, e Nazareno da Mota
Oliveira, de 41 anos; todos moradores do mesmo assentamento em que a vítima era
presidente. “Por enquanto a hipótese de conflito agrária está sendo afastada e
a principal linha de investigação passa a ser o conflito interno entre os
próprios assentados”, disse o delegado Nélio Magalhães, responsável pelas
investigações. O policial civil explicou que as investigações apontam Pedro
Pereira, Nazareno da Mota e Adriana Cristina como sendo os mandantes do crime e
Willian Coelho, que é filho de Adriana e enteado de Pedro, como sendo um dos
executores. Outro executor ainda não foi identificado.
DESAVENÇA
Vítima e acusados já teriam se
desentendido várias vezes antes, segundo o delegado Nélio Magalhães. “Inclusive
por várias vezes Adriana Cristina ameaçou de morte Kátia de Souza dizendo que,
mesmo sendo reeleita, Kátia não iria ocupar o cargo por muito tempo”. O
delegado Nélio informou ainda que, poucos dias antes do crime, Pedro Pereira
teria ido a um assentamento vizinho em busca de um pistoleiro da área conhecido
como “leco-leco”.
Tal pistoleiro teria cobrado o valor de
dez mil reais para fazer o serviço, mas “leco-leco” não foi contratado devido a
Pedro não possuir a alta quantia em dinheiro, segundo consta nos altos das
investigações. Willian Coelho teria cometido o crime a pedido de sua mãe,
Adriana. Enquanto que Nazareno da Mota também é citado como colaborador do
assassinato da líder comunitária. Todos negaram as acusações e alegam serem
inocentes. Após serem ouvidos na sede da Divisão de Homicídios de Castanhal, os
acusados Pedro, Willian e Nazareno foram encaminhados para o Centro de
Recuperação de Castanhal (CRCAST). Adriana ficou de ser transferida para o
Centro de Recuperação Feminino (CRF), em Ananindeua, região metropolitana de
Belém.
As prisões temporárias de 30 dias,
decretadas pelo juiz de direito Líbio Araújo Moura, podem ser prorrogadas por
mais 30 dias ou convertidas em prisões preventivas. “As investigações
prosseguem na tentativa de identificar e prender o outro atirador”, finalizou o
delegado Nélio Magalhães.
Por Tiago Silva (Diário do Pará)
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