sexta-feira, 29 de agosto de 2014

Plano de assassinato falha e internos promovem motim

Na manhã de ontem, um motim foi promovido no Centro de Recuperação da cidade de Castanhal, no nordeste paraense, depois que um plano de assassinato falhou. Os internos atearam fogo em colchões e danificaram as paredes da casa penal. Um agente prisional foi mantido refém por aproximadamente seis horas sendo liberado somente com a chegada da polícia e do poder judiciário.
        
De acordo com a Superintendência do Sistema Penitenciário do Estado (Susipe), o motim se iniciou no momento em que agentes prisionais entregavam café da manhã no pavilhão I, por volta das 6h15min. Internos da cela C planejavam assassinar um interno da cela D, do mesmo pavilhão, e acabaram rendendo um dos agentes prisionais para lhe tomar o molho de chaves com o intuito de abrir a cela D e executar o detento identificado apenas pelo apelido de "Sapo", que teria sido condenado por crimes sexuais. A execução só não aconteceu porque o agente rendido não possuía a
chave da cela. Não satisfeitos, os internos rebeldes construíram um buraco na parede de concreto tentando retirar o possível estuprador para matá-lo de qualquer maneira.
        
A polícia local foi acionada e impediu o homicídio. Revoltados, os presos se amotinaram e passaram a tocar fogo em colchões e quebrar as paredes do pavilhão I. O corpo de bombeiros foi acionado para apagar as chamas. 150 presos se uniram e queimaram mais colchões e tentaram impedir a entrada dos bombeiros. A situação ficou tão tensa e perigosa que o Grupamento
Tático (GTO), o Comando de Operações Especiais (COE) e a tropa de choque se deslocaram de Belém para, se necessário, invadir o mine-presídio e aplicar a força policial cabível. Um helicóptero do Grupamento Aéreo de Segurança Pública (Graesp) sobrevoou  a área dando reforço à operação durante o motim.
        
Os amotinados exigiram a presença de familiares, imprensa e do poder judiciário. A rebelião encerrou somente quando as exigências dos presos foram atendidas, por volta das 11h42min. Uma revista geral foi realizada pela polícia na casa penal acompanhada pelos juízes Cristina Sandoval Collyer, da 4ª Vara de Castanhal; Francisco Roberto Macedo de Souza, da Comarca de Maracanã, pelo Defensor Público Domingos Lopes Pereira e pelo Promotor de Justiça Januário Constâncio Dias. Algumas facas artesanais teriam sido encontradas.
        
O agente mantido como refém foi liberado sem nenhum ferimento e passa bem. 20 detentos serão transferidos para outras unidades do Sistema Penitenciário. As celas que foram danificadas serão interditadas e passarão por reparos. O Centro de Recuperação de Castanhal (CRCAST) tem capacidade para abrigar 156 internos e atualmente se encontra superlotado custodiando 395 detentos.

Reportagem: Tiago Silva

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