quarta-feira, 6 de agosto de 2014

Família de vítima fatal denuncia desrespeito com os mortos

Em Castanhal, cidade do nordeste paraense, o Instituto Médico Legal (IML) demorou aproximadamente sete horas para remover o cadáver de um idoso de 61 anos de idade que morreu vítima de um possível ataque fulminante. O corpo ficou exposto no chão frio de uma lanchonete e nenhum órgão de segurança pública teria permanecido no local para evitar que curiosos tocassem no cadáver. O fato ocorreu na segunda-feira (04).
        
Segundo informações, o idoso Raimundo Moreira Junior, 61 anos, se encontrava no terminal rodoviário de Castanhal quando, por volta das 14h, se dirigiu até uma lanchonete e pediu uma vitamina. Nesse momento, o cliente teria passado mal, caído do banco onde estava sentado, batido violentamente com a cabeça no piso e morrido depois de alguns minutos. O Samu foi acionado, mas o homem já estava sem vida quando uma equipe de resgate chegou no local. "Eles (Samu) só vieram aqui rapidinho e foram logo embora", contou uma testemunha.
        
Antes e durante a chegada de peritos do IML, nenhum policial civil ou mesmo militar havia comparecido no local. Curiosos a todo momento tocavam no corpo, que já estava com mau cheiro, e uma pessoa até pegou um aparelho celular que estava no bolso da calça da vítima para acionar conhecidos do idoso. 
        
A família da vítima informou que o corpo ficou exposto das 14h até as 21h e que nenhuma providencia havia sido tomada. "O corpo do meu irmão ficou no chão por sete horas para poder ser removido. Isso é uma tremenda falta de respeito. Mesmo depois de morto o cidadão brasileiro ainda é humilhado", lamentou Beatriz dos Santos, irmã da vítima. Familiares informaram ainda que Raimundo Moreira Junior residia sozinho na colônia do Prata, zona rural do município de Igarapé-Açu, e que o mesmo estava em Castanhal para receber o dinheiro da aposentadoria.
        
O DIÁRIO procurou o responsável pelo Instituto Médico Legal para falar sobre o assunto. Dr. Belém se pronunciou explicando que o IML de Castanhal possui somente três viaturas e um perito de local de crime por dia e que as únicas três viaturas se encontravam em outras cidades da região realizando remoções de outros cadáveres e que por esse motivo a remoção do corpo do senhor Raimundo Moreira demorou para acontecer. "Vamos fazer uma reunião para colocarmos dois peritos de local de crime por dia e ainda tentar conseguir mais viaturas", prometeu Dr. Belém.
        
Um laudo médico deverá comprovar se Raimundo Moreira Junior morreu de ataque fulminante ou devido o baque na cabeça provocado pela queda.

Texto e fotos: Tiago Silva

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