Familiares e amigos de farda prestaram as últimas homenagens ao sargento PM Favacho, morto no inicio da noite de anteontem, por cerca de cinco homens no município de São Miguel do Guamá. Ele foi velado na capela da igreja dos Capuchinhos e sepultado em um cemitério particular localizado na BR-316, em Marituba.
Vestido com a farda da Policia Militar dentro do caixão em seu velório, parentes lamentavam a perda do ente querido. “É uma tristeza muito grande, que nós não esperávamos. Era um marido dedicado à família, e é esse o principal motivo de lamentarmos a morte dele”, disse Marineize de Oliveira, Favacho, esposa do sargento.
O policial foi lembrado também por colegas de farda. Lotado no 21º Batalhão da Policia Militar (PM), na Companhia que corresponde ao município de Benevides, mas também com passagens pelos efetivos de Marituba e Santa Bárbara, era considerado um PM exemplar. “Em todas as companhias por onde ele participou, era linha de frente no combate à criminalidade”, disse o major Vicente, comandante do 21º Batalhão.
Ainda de acordo com o comandante, o sargento Favacho estava há 28 anos na corporação e estaria próximo de entrar na reserva da policia. O bom serviço prestado durante esse tempo lhe rendeu uma homenagem da PM, com o recebimento de uma medalha de honra ao mérito com o título de Policial Padrão. “Essa medalha confirma o tipo de policial exemplar que ele era”, concluiu o major Vicente.
Terceira versão da morte
O caso sobre a morte do sargento PM Favacho foi divulgado ontem. A reportagem apresentou duas situações que envolveram a morte do militar. A primeira delas, o policial estaria na companhia de um cabo da Rotam, que não teria sido identificado, quando foram surpreendidos por cerca de cinco homens, que o abordaram nas proximidades de um bar, em São Miguel do Guamá. Eles foram rendidos e tiveram as armas roubadas e usaram as mesmas na morte do sargento.
A segunda versão seria que o sargento estaria, novamente, na companhia do cabo da Rotam e um informante para estourar uma boca de fumo em São Miguel do Guamá. No entanto, a missão teria falhado e os suspeitos teriam atirado contra o policial. Agora, de acordo com o major Vicente, comandante do Batalhão em que o sargento Favacho servia, ele estaria de férias e foi até o município com o objetivo de comprar um terreno, já que ele estaria perto de entrar na reserva da PM e desejava morar longe de onde atuava como policial, e teria sido vítima de assalto que resultou em sua morte.
“Essa informação quem nos passou foi a própria esposa dele. Esse era o desejo dele quando se reformasse viver em uma cidade do interior, longe da agitação de uma cidade grande, principalmente dos locais que ele serviu como PM. Mas, as outras versões não são descartadas e elas serão usadas nas investigações para descobrir, de fato, as circunstâncias desse crime”, declarou o major Vicente.
Entre as investigações sobre a morte do sargento Favacho, a polícia de São Miguel do Guamá também abriu inquérito para encontrar os suspeitos. Inicialmente, cinco homens foram apontados como autores, mas conseguiram fugir logo após o crime.
Apesar disso, a polícia forneceu imagens de apenas dois dos suspeitos, o primeiro identificado apenas pelo apelido "Careca, que seria traficante, e seu sobrinho nomeado somente por Anderson.
O autor dos disparos contra o policial é conhecido pelo apelido “Pimpolho”, que não teve a imagem divulgada, assim como os dois últimos envolvidos, que também não tiveram seus nomes revelados.
De acordo com a PM de São Miguel, os suspeitos são conhecidos traficantes do município e teriam inúmeras passagens na policia. Com a divulgação das fotos, os policiais esperam encontrar os acusados. “Estamos fazendo várias buscas para encontrar os meliantes. As fotos deles vai ajudar a encontrá-los através da denúncia das pessoas”, disse o soldado PM Sebastião, de São Miguel do Guamá.
15 PM’s mortos neste ano
A morte do sargento PM Favacho elevou para 15 o número de policiais militares mortos em todo o Pará, apenas nesse ano, de acordo com a Associação dos Cabos e Soldados da Policia Militar e Bombeiro Militar do Pará (ACSPMBMPA). A situação preocupa os militares, que apesar de combaterem a insegurança, são tão reféns dessa situação, quanto aos cidadãos comuns.
“É bem verdade que trabalhamos no combate a violência, mas somos reféns dela também. Ao lidarmos nesse combate, é inerente à nossa profissão estarmos sujeitos ou até vítimas da violência, mas é algo que saiu do controle. Se nós, policiais militares, estamos enfrentando isso, a população comum está numa situação pior ainda”, ponderou o major PM Vicente.
Reportagem: Alexandre Nascimento (DIÁRIO DO PARÁ)
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