A Polícia Civil, através do Departamento Especializado de Investigação Criminal (Deic-MA), Núcleo de Apoio a Investigação (NAI) e Superintendência do Salgado, prendeu, na manhã de ontem, em Santa Maria do Pará, nordeste paraense, três integrantes da quadrilha que comandou os ataques aos ônibus e rebeliões no Maranhão. O trio estava no Pará se preparando para montar uma base e articular ações criminosas.
A facção que age de dentro dos presídios do estado do Maranhão, denominada “Bonde dos 40”, estava começando a agir também do Pará. Três integrantes da quadrilha foram presos numa casa em Santa Maria do Pará. De acordo com informações da Polícia Civil, o trio estava disposto a alugar uma granja ou comprar um pequeno sitio, para articular ataques criminosos. “Tivemos essa informação de que o grupo estava montando uma base no Estado para começar a investir em ações criminosas. Os integrantes confessaram que pertencem ao ‘Bonde dos 40’, considerada a maior facção criminosa que age de dentro dos presídios do Maranhão”, contou o delegado do NAI, Fernando Rocha.
O trio foi pego de surpresa com a ação da polícia. Antes do sol nascer, a polícia já havia colocado as mãos em dois integrantes. Quando o sol raiou, o terceiro suspeito foi enquadrado em casa. “Tudo começou com a informação repassada pela Polícia Civil do Maranhão que repassou as características dos elementos e onde eles estariam. Passamos a investigar e demos o apoio necessário para a prisão dos suspeitos em Santa Maria”, disse Fernando Rocha.
Os três foram identificados por Alan Kardec Dias Mota, 28, Gelielinton de Jesus Santos, 28, e José Bonifácio Lemos da Silva. Segundo a Polícia Civil, Alan Kardec seria um dos líderes da facção e responsável por pelo menos 20 homicídios no estado do Maranhão e apontado por liderar as rebeliões no presídio de Pedrinhas, onde vários detentos foram decapitados. “Ele é responsável por vários homicídios, por incentivar as rebeliões no presidio de Pedrinhas e pelas decapitações dos presos. Assim como responsável por liderar o ‘Bonde dos 40’ que incendiou ônibus e cometeu ataques contra delegacias no Maranhão. A gente calcula que os três juntos, possam ter praticado mais de 30 assassinatos”, disse Rocha.
Com a represália por parte da polícia maranhense aos ataques sofridos recentemente, a Polícia Civil do Pará teme que mais integrantes possam estar migrando para o Estado para fortalecer a quadrilha e cometer atos criminosos. “Eles iriam se fortalecer praticando crimes como homicídios e roubos. As investigações vão continuar para evitar que mais integrantes da quadrilha, que age de dentro dos presídios do Maranhão, possam se esconder no Pará e montar sua facção. Estamos trabalhando em conjunto com a Polícia Civil maranhense e todas as informações de suspeitos serão investigadas”, concluiu Fernando Rocha.
Os três presos foram transferidos para o estado do Maranhão e serão responsabilizados pelos ataques aos ônibus, onde uma criança morreu e deixaram pelo menos três vítimas com queimaduras em 90% do corpo.
Texto: Paulo Allan (Diário do Pará)
Foto: Tiago Silva
Nenhum comentário:
Postar um comentário