Cerca
de duzentas pessoas interditaram na tarde de ontem, quarta-feira, 09, em
Castanhal, nordeste do Estado, um trecho da BR-316. A manifestação foi em
protesto contra a ação da Polícia Militar que retirou as famílias que invadiram
um terreno.
Ainda
no início da tarde a Polícia Militar foi à área invadida, conhecida como
caveirão, onde funcionava um canteiro de mudas de plantas da prefeitura. Os
policiais foram com o proprietário do terreno, que não foi identificado,
ordenar que as pessoas se retirassem do local. Houve resistência e as famílias
permaneceram na área. As negociações não tiveram sucesso e houve confronto. O
Grupamento Tático da PM usou bombas de efeito moral e balas de borracha para conter
os manifestantes que jogavam pedras e paus nos policiais. Algumas pessoas ficaram
feridas e quatro jovens foram presos. “Nós tentamos negociar pacificamente com
os invasores, mas eles afirmaram que não se retirariam da área. Alguns
manifestantes passaram a jogar pedras nos nossos policiais por isso houve
confronto”, explicou o comandante do Grupamento Tático, Capitão Heyder
Nascimento.
Revoltados
com a ação policial, os manifestantes passaram a ter outro alvo, desta vez a
BR-316. O grupo seguiu em caminhada até o quilômetro sessenta e nove e ateou
fogo no trecho com pneus. Os manifestantes pareciam não querer acordo com a
polícia, mas o clima foi ficando cada vez mais tenso e eles resolveram mudar o
discurso afirmando que só liberaria a rodovia se os amigos presos no confronto
com a polícia fossem soltos. “Isso é covardia o que eles fizeram! Teve criança
que foi atingida com balas de borracha. Jovens foram espancados e humilhados
pela polícia. Queremos que nossos colegas sejam liberados”, gritavam os manifestantes.
A
Polícia Militar informou que durante o confronto nenhuma criança foi alvejada
com as munições não letais. Durante a manifestação na BR – 316, o
congestionamento chegou a mais de quarenta quilômetros, atingindo o município
de Santa Maria do Pará. A Polícia Rodoviária Federal também foi para o local
negociar com os manifestantes. Mas o clima ficava cada vez mais tenso. Depois
de cinco horas de protesto os inspetores da PRF conseguiram convencer o
delegado a soltar os quatro manifestantes presos. Mas eles só iriam ao encontro
do grupo, depois que fosse feito um Termo Circunstanciado de Ocorrência (TCO),
o que duraria em média uma hora. Apesar desse empecilho, apenas um lado da
rodovia foi liberado.
Durante
a espera, os manifestantes gritavam contra os policiais, aumentando ainda mais
a tensão. Com o trânsito completamente parado, os bandidos entraram em cena. A
fila de caminhões atingiu também os bairros da cidade. No Santa Catarina, um
policial da reserva reagiu uma tentativa de assalto. Houve troca de tiros e a
vítima foi atingida por um tiro no ombro. Ao saber que a vítima era um policial
militar, os homens do Grupamento Tático ficaram mais nervosos e se aproximavam
cada vez mais dos manifestantes. Mas a PM foi contida pelos policiais
rodoviários federais que ficaram no meio dos policiais e manifestantes.
Com
a chegada dos jovens que estavam presos, o grupo liberou toda rodovia. Foram
mais de cinco horas de espera, congestionamento e tensão entre polícia e
manifestantes.
Texto:
Paulo Allan Queiroz
Nenhum comentário:
Postar um comentário